terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pessimista

Sim, eu sou pessimista. Mas não gosto desse termo, prefiro me  intitular realista.
Quem nos chama pessimista concerteza é alguém que não vê claramente a sociedade, ou vive em seu próprio mundo cor de rosa.
É realidade, a vida não é fácil. Só ignorando o que acontece para ser otimista. Toda a miséria e as doenças que assolam o mundo. A tristeza que perambula pelos becos, sozinha, buscando uma pobre alma inocente da qual possa se alimentar. Crimes atrozes acontecem sem punição. Todos os dias milhares de vidas são tiradas inocentemente e ainda há crédulos que dizem que a vida é boa.
Sim, a vida é boa mas para quem não a vive de verdade. Ou então para quem dá a sorte e nasce com um muito conforto material e emocional. Mas isso é difícil. Não podemos tomar a nossa vida como base para nossas opiniões. Devemos pensar em todo.
Como há pessoas ricas com problemas pois simplesmente não tem amor, calor-humano real, apenas interesseiros rondando-as.
Como há pessoas pobres, que possuem uma base emocional impecável, mas passam necessidades financeiras.
Nada nem ninguém é perfeito. O que a maioria das pessoas tenta é mascarar a vida, para que ela fique mais agradável no período que estivermos aqui, mas não os realistas. Nós realistas, ou pessimistas como prefira chamar, enxergamos com nossos próprios olhos toda a sociedade, e não apenas o que acontece a nosso redor.
Como condores, voamos alto para enxergar de tudo e com clareza. Para assim podermos dizer com convicção. O mundo não é bom. O ser-humano não é justo para que o mundo seja bom.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não seja tolo.



Meninas não olham bundas, nem braços, nem barrigas saradas. A primeira coisa que meninas olham são os olhos, o jeito de falar, o modo de andar, a alma. O corpo, pouco importa. E quando importa mais que a primeira coisa, não dura por muito tempo. Vai por mim.


Jéssica Figueredo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Saudades


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.

Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...



Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...



Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...



Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...



Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...



Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.



Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!



Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!



Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!



Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.



Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...



Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!



Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!



Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,



Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.



Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...



Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.



Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.



Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.



Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.



E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.



Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...



Clarice Lispector

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O começo de uma fase

Gostaria primeiramente de agradecer a Roberta, minha terapeuta, por sempre estar comigo me apoiando. O que me ajudou muito.
Gostaria também de me desculpar por tanto tempo sem postar. Foi uma mistura de falta de coragem, com falta de tempo e uma viagem. Portanto, formalmente, desculpem-me.
Bom, mas este post marca um novo começo para mim, os tempos até aqui foram difíceis, ainda continuam mas com uma intensidade que nem se compara. A vida está ótima para mim tomando por base como era antes. Não vou dizer que está tudo perfeito, preocupo-me constantemente com meu peso, que não é de meu agrado e eu continuo comendo feito louca, o que só tende a aumenta-lo me desagradando mais ainda, mas eu vou levando. O mais importante é que aquele vazio, aquela solidão, mesmo estando acompanhada, aquela tristeza de tantas horas, aqueles pensamentos sombrios, praticamente cessaram, não digo-lhes que eu encontrei um sentido para a minha vida, infelizmente isto ainda não. Mas encontrei metas, e vou segui-las. Cansei de tentar buscar por atalhos, percebi que a vida dura o tempo que dura e que nem sempre o caminho mais fácil é o que foi feito para trilharmos.
As trevas que me rodeavam, o fato de eu estar perdida sem saber que rumo tomar, aos poucos vão se iluminando, aos poucos eu sei que vou encontrar o meu caminho, só preciso de tempo, e é realmente mais fácil falar do que agir. Paciência. Dizem que tê-la é uma virtude, deve ser mesmo, porque não tê-la é demasiadamente ruim.
Eu vou esperar, pelos meus familiares, pelos meus amigos, por todos que torcem por mim, e até por mim mesma. Eu não quero desapontar mais ninguém. Eu não pretendo desapontar mais ninguém. Eu sei que vou acabar fazendo isto sem querer pois não sou perfeita, mas vou evitar este mau o quanto puder.
Eu agradeço ainda a toda a paciência que tiveram comigo, caros leitores e todas as pessoas que conheço, muitas as quais nem lerão este post, mas saibam que guardo cada uma em meu coração.
Quero terminar apenas aproveitando meu espaço aqui para dar um feliz aniversário para o meu primo e outro para o meu tio. Sejam muito felizes por toda a vida. Se lembrem sempre que todo o sofrimento pode ser superado.
Obrigada mais uma vez.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sonhos

O homem não morre quando deixa de existir, e sim quando deixa de sonhar.
Ah um sonho... Tão lindo em nossa mente. Tão lindo que possa existir algo assim em paralelo a nossa realidade.
A sociedade se transformou, hoje o mundo é feio, o mundo é mau, as pessoas não se importam mais com as outras, o que gera prazer é o benefício próprio. O que ameniza tudo isso? Os sonhos.
Quando se sonha a alma voa, livre, sem destino, sem rumo. Não precisa ser necessariamente algo real ou possível, é simplesmente um sonho, um desejo expresso através de imagens, pensamentos.
Sem nossos sonhos seriamos apenas carcaças vazias vagando pelo mundo sem um motivo real pra viver, pois afinal um homem é feito de sonhos, sem sonhos não temos motivo para viver, não temos algo que nos prenda a este mundo. Por isso quando deixamos de sonhar estamos mortos, pois deixar de sonhar é perder a esperança, é abrir mão de tudo o que quer, é desistir de lutar, e sabe quem desiste de lutar? Os fracos.  Aquele ditado, apenas os fortes permanecem... Sábio ditado.
Sim, eu já fui fraca, já quis desistir, largar tudo e ir para um lugar melhor, com menos sofrimento, menos violência, menos sangue, menos mortes. Mas eu percebi que o mundo dos sonhos é lindo pois não é real, e que a realidade por mais cruel que possa ser é o que eu tenho de concreto. Nada me garante que meus sonhos se realizarão aqui, porem eles certamente não se realizarão se eu não estiver aqui para sonha-los.



"Mais real que fazer da vida um sonho, 

é fazer do sonho uma vida, pois nem
sempre temos a vida que sonhamos,
mais sempre teremos um sonho para alcançar."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Depressão

Eu estou cansada, para falar a verdade exausta, então esta postagem sairá um tanto quanto superficial a respeito de como realmente me sinto.
É realmente engraçado como é comum as pessoas associarem depressão com tristeza.
Tristeza é um estado de humor, depressão uma doença e uma pode ocorrer independendo da outra.
O simples fato de acontecer algo muito ruim em sua vida, que irá te deixar extremamente triste pode acarretar em uma depressão, ou não. Varia de pessoa para pessoa.
Você pode ser, como eu, uma pessoa que não deveria reclamar da vida. Sim, eu tenho plena consciência de que a minha vida oferece conforto material e emocional, e o que mais eu precisar como uma base social, porém eu tenho depressão. Não é tristeza, é até engraçado, quando eu "descobri" que tinha depressão, foi durante uma sessão com a minha psicóloga, eu me lembro de ter dito que de uns dias para cá estava mais contente do que antes, e fomos conversando e chegamos a esse ponto.
Sim, eu digo que na verdade me sinto um pouco triste, sem motivo, e isso ocorre pela depressão, mas talvez tristeza não seja bem o nome. É mais um vazio, uma angústia, um medo, um desânimo para absolutamente tudo.
Quando estou triste eu choro, eu quero desabafar, eu quero me livrar daquele sentimento.
Com a depressão eu já não consigo chorar tanto, não quero sair, não quero falar nada à ninguém, não quero fazer nada que não seja dormir, e quando estou acordada tudo o que queria, talvez , fosse tomar mais calmantes para tornar a dormir.
Não vou fingir pra vocês e dizer que depressão é lanchinho no parque... É uma doença difícil a qual eu estou tentando contornar, ela é mais difícil ainda do que a anorexia.
A anorexia afeta um pouco nossa mente, mas atinge principalmente o corpo. A depressão destrói nosso emocional, o corpo não sente, a princípio, mas depois vai definhando aos poucos...
Por isso é uma doença que merece atenção, pois é como um câncer que se alastra por nossas entranhas, se descoberto tarde demais não há mais o que salvar dentro da pessoa, ela está imersa em suas mágoas e já não consegue mais achar um lugar para onde ir.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É por isso que eu tenho medo,

 "Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você  também diz que me ama... "


 (William Shakespeare)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

(des)Esperança

Por que raios nós havemos de ter?
Uns acham uma dádiva, já eu sou cética a respeito disso.
A bela frase:
"A esperança é a última que morre."
Sempre foi vista com bons olhos, eu acho isso mera ilusão...
Para mim a esperança é apenas um modo do sofrimento se prolongar, um prolongamento do sofrimento, isso, é isso que ela é.
Com essa esperança nós realmente esperamos que algo aconteça, ficamos contando com isso, o problema é que esse "algo" nem sempre vem.
Não estou criticando quem acha linda a esperança, realmente há pessoas em que em grande parte do seu tempo aqui, a vida se encarregou de fazer com que suas expectativas se tornassem reais.
Por que será que eles são "os escolhidos", por que a grande parcela da população tem de lidar com as frustrações de ter esperança?
Ninguém sabe não é? E se esperava encontrar a resposta aqui desculpe te desapontar, mas não. Eu sou uma das muitas que não nasceu com a sorte concedida pela vida. Minhas esperanças, quanto mais eu as alimento maiores elas ficam (como uma lógica qualquer), e ao longo do tempo elas já estão quase palpáveis, mas aí vem a realidade, e esse sopro joga meus sonhos pela janela, mas a esperança fica, à beira da janela... Ela fica para me atormentar em uma próxima vez.

sábado, 6 de novembro de 2010

Compulsão

Parece que estou indo ao contrário do caminho que trilhei por tanto tempo, só que eu já passei a estação de partida e agora só estou retrocedendo.
Para uma anorexa eu estou me saindo uma boa de uma glutona. Não paro de comer, todo o tempo, e isso me deprime.
Eu só quero saber que posso me controlar, sem comer demais, já engordei tudo o que precisava para voltar a ter um IMC normal, já posso até emagrecer um pouco, e isso é tudo o que eu quero, mas no fim das contas não paro de comer.
A minha compulsão é por comida no momento, e eu posso, na opinião de muitos estar fazendo drama, pois há compulsões realmente piores. Compulsão por compras. Compulsão por roubar sem precisar. Compulsão Se drogar, o que caracteriza um vício.
Eu não tenho do que reclamar, e mesmo assim reclamo. Como posso ser tão ingrata?
Só sei que está difícil me concentrar em ser feliz sendo que me desagrado tanto.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Amor de mãe

Sinceramente não há força maior na terra, nem abaixo dela que supere o amor de uma mãe (e de um pai) por seu filho.
Mesmo com tantas burradas, mesmo fazendo meus pais sofrerem, se preocuparem, mesmo comigo brigando com eles, eles sempre perdoam.
Poucas são as vezes que vi minha mãe chorar, posso contá-las nos dedos. Meu pai então? Até hoje nunca havia visto, ele sempre foi meu herói (e continua sendo) com aquele estereótipo forte e inabalável, meu papai invencível. Hoje eu vi que ele é humano, tanto ele quanto a minha mãe, eles não são de aço, mas sim de flores, flores e amores. Amores por mim.
Segundo eles próprios eu sou tudo pra eles, e a missão que eles têm de cumprir aqui é garantir que eu viva bem e feliz.
Mesmo fazendo tantas burradas, prolongando um sofrimento, ainda assim eles me querem com eles.
Agora me responda, qual sentimento é mais verdadeiro, mais real, mais bonito, mais puro do que esse amor.
Ele é imenso e nunca se esgota, não importa o que aconteça, não importa o quanto se abale, sempre continua lá, pra quando você precisar recorrer  a ele.
Eu só tenho que agradecê-los por nunca me abandonarem, por mais que muitas vezes eu tenha sido impossível, obrigada por me amarem e quererem meu bem.

De todo o meu querer

Não é assim tão difícil descrever alguém que eu queira, alguém que assim eu gostaria de ter, alguém para ter orgulho de dizer que é meu.
Alguém que eu ache atraente, dono de um belo sorriso, que quando eu olhar em seus olhos eu saiba o que é sentir borboletas no estômago, mas que não faça de sua beleza uma arma, que não me desperte ciúmes, que seja sincero, companheiro, amigo e amante.
Que em meio a tantas outras pessoas saiba ainda como me fazer sentir única e especial, que me surpreenda que me passe a confiança que eu preciso, que saiba conversar, me entender, me escutar, que me devolva a calma quando eu perdê-la.
Alguém que saiba dizer meus defeitos sem magoar, mas que se importe em me abrir os olhos para eu me enxergar, me ensine a valorizar-me também, que saiba me elogiar quando eu merecer, mas quando eu não merecer, que consiga me elogiar também ou me tirar um sorriso.
Que esteja de bem com a vida, que saiba viver e valoriza-la, que tire meus pés do chão, mas jogue-me para a realidade quando preciso, que não me faça desistir dos meus sonhos, que esteja neles, mas que me acorde quando necessitar.
Alguém que tenha a força para superar desafios e tire deles sempre boas lições, que me ensina a ver a vida com os olhos de quem sabe ser feliz, sabe ver o coração de quem encara as dificuldades, chora, sofre, mas consegue transformar os obstáculos da vida em novas conquistas e cresce com elas, que saiba aceitar a minha mão e meu ombro para chorar, que me diga que mesmo triste está feliz em me ver.
Que faça sentir-me a vontade, sem ter medo de ser quem sou, que faça sentir-me amada, mesmo conhecendo todos os meus segredos, com quem eu não sinta medo, alguém que me diga mesmo depois de uma decepção que me ama do mesmo jeito, que eu não preciso ter medo, que todos nós temos defeitos, cometemos alguns erros mas sentimos que ainda somos os mesmos.
Que diga que me ama sem medo ou hora marcada, sem rodeios, sem palavras ensaiadas, que seja espontâneo, apaixonante, sem ter medo de ser visto como um bobo romântico, sem medo de não escutar as mesmas palavras, mas conseguir perceber o sentimento em meu sorriso ou num olhar.
Alguém que saiba sentir o meu amor sem eu precisar falar, provar ou testar, que perceba em meus gestos e nas minhas atitudes tudo aquilo que ficou por falar, que consiga se encontrar nas poucas palavras ou nas músicas que eu escutar.
Esse alguém vai saber se desculpar, se arrepender, saber perder o orgulho, saber viver e sentir o que é verdadeiro, saber o caminho e voltar atrás, saber a direção que rege o coração com o poder de um verdadeiro amor. Alguém que faça uma loucura por mim!
Vai ter em si que seu amor por mim é suficiente, que o amor quando verdadeiro só depende da gente, alguém que se fará presente mesmo ausente, que seja carinhoso que o beijo apaixonado que ele encontre seja junto ao calor do corpo, que nada mais seja tão bom e inesperado quanto nossos momentos eloquentes.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Roleta-russa

Olá leitores, ou provavelmente leitor, sim, você, entediado fuçando blogs na internet. Olá.
Vim te contar sobre a minha mais nova experiência, agradável? Não. Teve o final que eu esperava? Também não. O que foi? Suicídio.
01/11/10 - perdoem-me o relato do dia anterior, mas se é que me entendem eu estava "ocupada" demais para descrever os fatos naquele dia...
Eu não aguento mais, cada dia é mais sufocante. Meus sonhos? Estão todos guardados em uma gaiola. Sim, são sonhos engaiolados que eu abandonei.
Meus pais sairam, eu finalmente estava totalmente sozinha em casa. Liguei para dizer a eles que os amava muito, talvez isso tenha me entregado.
Tomo remédios de medicação controlada, uma superdosagem pode matar. Tomei a cartela inteira.
O que aconteceu? Eu dormi, dormi, fui ao pronto socorro, tomei soro e fiquei sob observação.
A parte mais legal da noite? Eu me enfezei com o soro, pensei que fosse só uma agulinha que estivesse lá, então arranquei. Mas era um tubinho, minhas roupas, a roupa de cama da maca, o chão, tudo ficou sujo de sangue.
E eu ainda levei uma bronca do médico: "Custava esperar mais um pouco?"
Mas não pensem que o médico era chato, Doutor Lucas. Ele foi realmente um anjo.
Mas enfim, foi a parte mais engraçada da noite ver o sangue jorrando, fora isso eu dormi um pouco (o remédio que eu tomei mexe com o sistema nervoso central, ele inibe alguns neurotransmissores, enfim, dá sono pra caramba).
Enfim, morrer que é bom nada, só consegui uma noite no pronto socorro.
Mais  uma prova do meu fracasso.